SECTOR II. 1
- · Com 263 km
- · 6 pontos de controle (CP)
- · Trilhos muito técnicos e com muitos cursos de água.
- · Desnível – acumula o maior desnível da prova – 25000 D+ e 26000D-
- · Chuva, granizo, calor, frio,…
- · Início do sofrimento dos pés.
- · Primeiro par de sapatilhas KO.
Dia 4
Cerca de 5 horas depois, acordo e prepararo-me
para partir. Vou tomar o pequeno-almoço e sair logo de seguida, por volta das
4h da manhã. Esta parte do trilho não correspondia ao que tínhamos no GPS. Descíamos
pelo alcatrão por onde já tínhamos subido à chegada e deveríamos voltar à esquerda
dentro da Aldeia. Quando ia a descer encontro um casal que me diz que vou enganado,
que era para cima em sentido contrario à saída do parque de campismo. Volto a
subir 1 km até ao parque e sou informado pelo mesmo individuo que era para
baixo e que tinha de virar à esquerda antes da aldeia. Volto outra vez pela
estrada abaixo, mas não vejo nenhuma saída à esquerda com marcação que ele indicava, até entrar
na dita aldeia. Volto a subir, e depois de quase 1 hora nisto, decido virar por
um trilho que tinha uma marcação diferente. Sigo pelo trilho acima tendo como
única referencia a aproximação ao trilho marcado no GPS. Não sabia se lá iria
dar mas arrisquei. Este trilho até era muito agradável. Depois de cerca de 30
minutos a subir para o desconhecido, tive sorte, pois acabei por ir dar ao GR10. Desta já estou safo. O percurso aqui é sempre a subir, e
estava muito nevoeiro havendo algumas dificuldades de navegação.
O refugio lá em cima. |
Começa a chover e a trovoada anda por perto. Ao
chegar lá a cima apanho o primeiro granizo. Vejo um grupo que julgava serem
atletas a descer à esquerda e nem hesito, sigo por ali. Estava tudo marcado,
por isso não havia dúvida, estava no caminho certo.
As cascatas que mais ninguém viu. |
3 horas perdido - segui o percurso marcado a verde. |
Agradeço a amabilidade
e saio disparado por ali acima, mas a dita cabana nunca mais aparecia. Depois
de muito subir pelo vale acima, e ao aproximar-me da cabana, verifico no gps
que o trilho passava à esquerda a cerca de 800m em linha recta. Mas tinha de
vencer um desnível de mais de 300 m. Decido arriscar e fazer corta-mato. Em
muitos locais teve de ser a 4 para não cair para trás. A meio da subida
verifico a existência de um trilho muito pouco utilizado e que identifiquei
como o tal atalho que a guia tinha localizado no seu mapa. Tento segui-lo em
zig-zag a subir a montanha. Quando chego lá acima, a sensação de alívio foi
enorme quando vejo atletas a descer da minha esquerda. Estava a salvo. E assim
se passaram mais de 3 horas.
Já no trilho certo,
começo a ultrapassar pessoal, até que, ao aproximar-me de mais um, reconheço o
capacete pendurado na mochila. Era o João Colaço. Já não nos víamos desde a
partida. Fomos andando por um estradão e pondo a “escrita em dia”, até que
chegamos ao CP6. Aqui, veio receber-nos o Sebastien que estava a almoçar com os
amigos no restaurante. Ainda nos sentamos à mesa do restaurante, que tinha
muito bom aspecto, mas fomos informados que o "Pass refeição" não era válido ali.
Fomos almoçar ao ar livre na parte detrás do restaurante num espaço natural. Também
não foi mau.
Depois de almoço retomamos a nossa caminhada. Tínhamos uma longa tarde pela frente. Ora a descer, ora a subir. No meio do nada entramos numa cabana onde tínhamos à disposição bebidas e algumas comidas enlatadas. Tinha a tabela de preços e o local para deixar o dinheiro. Servimo-nos de uma cerveja e uma salada de fruta que soube mesmo bem. Depois de uns minutos de descanso, esperava-nos uma subida bem acentuada.
Já vai a meio e trilho ... |
Chegada ao CP6 |
Depois de almoço retomamos a nossa caminhada. Tínhamos uma longa tarde pela frente. Ora a descer, ora a subir. No meio do nada entramos numa cabana onde tínhamos à disposição bebidas e algumas comidas enlatadas. Tinha a tabela de preços e o local para deixar o dinheiro. Servimo-nos de uma cerveja e uma salada de fruta que soube mesmo bem. Depois de uns minutos de descanso, esperava-nos uma subida bem acentuada.
Nesta altura seguia connosco o casal de italianos e mais um
outro atleta. Como estava a sentir-me muito confortável nas subidas, ganhei
algum avanço e ao chegar lá acima o descanso era a recompensa. Acabamos por
parar todos cerca de 1 quarto de hora antes de continuar por grandes prados num
planalto e depois atacar a longa descida até Siguer, onde esperávamos encontrar
um refúgio para descansar. Quando chegamos voltamos a encontrar o Sebastian com
os amigos, que nos disse que aqui não havia nada. Como estava a ficar noite, e
eles tinham água quente, decidimos fazer a nossa refeição de liofilizados,
antes de subir a caminho do CP7.
Era já quase noite quando seguimos viagem. Tínhamos pela frente 1000 m de d+. A meio da subida começam a cair os primeiros pingos de chuva e a baixar, de forma significativa, a temperatura. Já a chegar ao planalto somos brindados com chuva muito forte e muito frio. Vemos num alpendre de uma casa luzes de frontais e decidimos ir para lá. Eram os espanhóis que estavam a vestir os impermeáveis. Paramos muito pouco tempo porque estava frio e podíamos entrar em hipotermia com facilidade. Seguimos um grupo de 5 no meio de um temporal tremendo, por estradões do planalto. Ainda saímos do trilho marcado, mas voltamos a encontra-lo um pouco mais à frente. Aqui tínhamos de correr para não arrefecer. Começamos a descer por um trilho escorregadio onde ainda tive uma ameaça de queda, que felizmente não teve consequências, até que chegamos a uma estrada de alcatrão onde estava o organizador, muito preocupado com as condições atmosféricas e que nos informou que o CP era a cerca de 300m. Que alivio.
A preparar o jantar. |
Era já quase noite quando seguimos viagem. Tínhamos pela frente 1000 m de d+. A meio da subida começam a cair os primeiros pingos de chuva e a baixar, de forma significativa, a temperatura. Já a chegar ao planalto somos brindados com chuva muito forte e muito frio. Vemos num alpendre de uma casa luzes de frontais e decidimos ir para lá. Eram os espanhóis que estavam a vestir os impermeáveis. Paramos muito pouco tempo porque estava frio e podíamos entrar em hipotermia com facilidade. Seguimos um grupo de 5 no meio de um temporal tremendo, por estradões do planalto. Ainda saímos do trilho marcado, mas voltamos a encontra-lo um pouco mais à frente. Aqui tínhamos de correr para não arrefecer. Começamos a descer por um trilho escorregadio onde ainda tive uma ameaça de queda, que felizmente não teve consequências, até que chegamos a uma estrada de alcatrão onde estava o organizador, muito preocupado com as condições atmosféricas e que nos informou que o CP era a cerca de 300m. Que alivio.
Ao chegarmos a Goulier por volta da 1 da manhã, comemos
qualquer coisa e fomos logo para uma sala, que felizmente tinha aquecedores que deram jeito para secar a roupa enquanto
dormíamos.
Continua.....http://jserrazina.blogspot.pt/2017/04/transpyrenea-parte-ii2.html
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